Pesquisas online são 100% manipuláveis e 100% imprestáveis

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O portal IG, para alavancar acessos na sua página de entrada, vem realizando pesquisas online.

Na mais recente perguntou "qual presidente fez mais pelo país?". Venceu o tucano FHC, ficando Lula em 2° lugar:

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Diz o IG que a pesquisa é "baseada no conceito real time", desenvolvido pela "IBT, empresa que pertence à Brztech", o que não quer dizer coisa alguma: todas as pesquisas online são 100% manipuláveis pelos usuários e por isso 100% imprestáveis.

> O processo de votação online

O foco aqui não é discutir se o FHC foi, ou não, melhor que o Lula, mas expor a ingenuidade tecnológica de se procederem a enquetes pela internet.

Qualquer urna virtual que se desenvolver vai ter que se basear em uma identidade para computar o voto e não deixar, com a mesma identidade, repeti-lo.

A identidade virtual é o IP (Internet Protocol), um número de 11 unidades que pode ser fixo ou dinâmico. Se fixo ele não será mudado em quantas conexões se faça; se dinâmico ele pode mudar toda vez que se entra na rede.

> Motores que mudam o IP automaticamente

Os scripts de votação gravam o IP do voto recebido e o impedem, por um intervalo de tempo, de votar novamente. Passado o intervalo o IP é liberado, mas quem não quiser esperar o intervalo instala um script que, automaticamente, desconecta o PC e reconecta-o com um IP diferente. Pronto: em menos de 1 minuto a mesma pessoa poderá votar de novo, e assim sucessivamente quanta vezes quiser.

E por que o IP usado para votar não é impedido por toda a duração da pesquisa? Por que 95% dos IPs são dinâmicos, ou seja, os servidores de nomes podem dar a mim hoje o mesmo IP que deram a você ontem e se ele estiver impedido eu não poderei votar e isso, também, seria um elemento a mais para tornar a pesquisa falaciosa.

> Manipule à vontade

Portanto, em qualquer pesquisa online, quem quiser aparecer "bem na foto", convida os amigos a baixar um motor de troca de IPs (há centenas na net) e orienta-lhes a votar repetidamente até o fim da brincadeira.

Admira-me o IG, um portal que não precisaria desses artifícios para aumentar pageviews, prestar-se a uma figuração do tipo

Comentários

  1. Toda pesquisa é manipulável, principalmente as que são regiamente pagas aos ibopes, vox populis, census, datas folhas e quejandos. Não confio em nenhuma delas. Nem perco tempo com elas.

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  2. Este é o futuro das pesquisa, on line. Os políticos terão pesquisas mais baratas e mais confiáveis, sem precisarem combinar com os amigos! Políticos o futuro os aguarda! Mas precisamos de acesso para todos!

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    Respostas
    1. Creio que poderá ser, mas não é de simples implementação. Em primeiro lugar todas as pessoas teriam que ter um IP fixo (a identidade virtual) o que não é de difícil elaboração se a rede se tornar universal e com largura de banda minimamente razoável. Seria necessário, ainda, aumentar as unidades de IP, hoje com 11, para cerca de 16 (Já já IPs com 12).
      Depois seria necessário a escrita de um algoritmo (com chave de encriptação máxima), com capacidade para manejar um banco de dados compilado com todos os IPs fixos dos eleitores, divididos por sexo, idade, escolaridade, estratificação social e micro-geográfica (para que o sorteio aleatório dos grupos pesquisados fossem calculados, dando margem de acerto estatístico à base consultada).
      Por fim, as consultas não poderiam ser voluntárias (eu ligar o meu PC e ir votar em quem eu quiser) e sim invasivas: eu ser, pelo meu IP, preenchendo os requisitos de sexo, estratificação social, escolaridade e localização micro-geográfica, convidado a votar (através de um pop-up, por exemplo) e em não concordando (como ocorre nas pesquisas presenciais) o sorteio ser refeito para a próxima consulta, com alguém que preencha os mesmos requisitos da base.
      Há que haver ainda uma forma de identificação virtual (um leitor de digitais ou de íris) na ponta (no PC do votante) para assegurar que a pessoa pesquisada não está usando o IP de outrem, indevidamente.
      A universalização disso tudo, em função de impedimentos econômicos e tecnológicos, creio, é um futuro possível, mas distante.

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