Hugo Chávez, Corte de Justiça, Churchill e Alexandre, o Grande
A Venezuela, desde 11 de dezembro, viveu em função de 10 de janeiro. O dia chegou, mas Hugo Chávez não veio.
O ditador padece no mistério do seu reestabelecimento, ou não, ao mesmo tempo em que se processa na Venezuela um ritual que culminará com a sua volta: se vivo, como um demiurgo; se morto, como candidato à santificação.
> Corte de Justiça declara que não é necessária a posse
Como o mandato de Chávez hoje (10) se fina, a Suprema Corte, cuja maioria é chavista, leu a Carta com os óculos do ditador e, para garantir o comando ao ungido pelo próprio caudilho (o vice-presidente Nicolas Maduro), entendeu que não há interrupção de mandato no dia em que o atual termina, por isso a posse é uma formalidade desnecessária.
> Solução inglesa
Melhor faria a Corte se usasse o artifício de Winston Churchill para garantir o trono a Alexandre II Karadjordjevitch, filho do rei Pedro II Karadjordjevitch, da Iugoslávia, que se encontrava exilado, em Londres, depois que Hitler lhe ocupou o reino.
As normas dinásticas iugoslavas determinavam que só portaria a coroa quem nascesse em solo iugoslavo. Como a rainha não podia retornar ao reino para dar à luz, Churchill, através de um decreto parlamentar, abriu mão da soberania inglesa sobre a suíte do Hotel Claridge's, onde residia a família real iugoslava, declarando-a território iugoslavo, onde nasceu o príncipe herdeiro, habilitado ao trono que ele nunca teve, pois, finda a II Guerra, Josip Tito, proclamou a República Iugoslava e ditou as regras até a morte.
> Faltou, aos chavistas, inteligência histórica
Ao invés de retorcer a Carta venezuelana, bastaria um decreto do Congresso Cubano, que Castro conseguiria com facilidade, abdicando da soberania cubana e declarando solo venezuelano a UTI onde Chávez agoniza.
Como a Carta venezuelana permite, deslocar-se-ia a Corte Suprema para lá, dando posse ao terminal caudilho, o que de forma legal e legitima, garantiria a Nicolas Maduro permanecer na vice-presidência.
Mas, ao que se vê, os chavistas não são chegados às soluções inteligentes: à Churchill, que desmanchava os nós górdios com habilidade, preferem Alexandre, o Grande, que opinava, com brutalidade, por decepá-los.
Se o Chávez ficar impedido de governar, se ele morrer, será que o Sarney assume???
ResponderExcluirNão sei se o Sarney assume, mas se tivessem consultado o Parsifal o Chávez teria tomado posse em coma lá em Havana. O blog do Parsifal é cultura. Eu nunca tinha ouvido falar nesse Alexandre II hfjkne0widn0.
ExcluirRonaldo;
ExcluirÉ no mínimo curioso traçar comparações entre a quase posse de Tancredo e o quase 3º mandato de Chávez: os dois chegaram bem pertinho, mas não tomaram posse; os dois parecem ter aderido ao estilo soviético de disfarçar mandatários doentes terminais - Tancredo vestiu um robe com uma escora por detrás para não cair, enquanto Chávez abusou da maquiagem para disfarçar a palidez avançada e talvez tenha tomado muito diurético para murchar do inchaço geral, isso sem dispensar o braço forte de seu ajudante de ordens sempre ao lado para prevenir possíveis quedas.
O Parsifal ficou até meio brabo comigo porque num comentário a um post passado eu disse que a "culpa" do Sarney ter assumido foi do Dr. Ulysses, que fez uma "interpretação" toda peculiar da Constituição para que isso acontecesse... Agora eu leio nos jornais que não foi o Dr. Ulysses, foi o General Leônidas Pires Gonçalves, o ministro do Exército escolhido por Tancredo, o "constitucionalista" que "leu" a Constituição favorecendo o Sarney... Qer dizer, a voz dos militares foi ouvida até nesse momento crucial e todo mundo "bateu continência".
ExcluirJá quanto ao Chávez, a Venezuela parece ser a única Nação do mundo onde o "espírito constitucional" se "materializou": Chavez é presidente, mas seu corpo fica em Cuba, segundo a bem bolada manchete do Diário do Comércio de hoje. Quer dizer: não tomou posse fisicamente ontem, mas continua governando "em espírito" através do "cavalo" Maduro.
NÃO BASTA TER O CONHECIMENTO TEM QUE SABER USAR
ResponderExcluirMeu Caro Parsifal
De todas suas postagens que li essa com toda certeza é a que achei mais brilhante bem como faz justiça ao seu prazer na leitura, demonstra sua capacidade em saber o momento perfeito para usar uma das palhas armazenadas no seu celeiro de conhecimentos!
Essa solução seria mais que perfeita, de um lado o Chaveco político da America do Sul seria constitucional e Cuba receberia um elevado pagamento em barris de petróleo da Venezuela para quitar IPTU da UTI!
Cuba ainda seria beneficiada com uma vantagem adicional conversaria com os integrantes da Suprema Corte Venezuelana que fossem ouvir o juramento e estaria preparada para doutrinar os seus quando para sobreviver for obrigada ao mimetismo da democracia!
Parabéns
MCB
Ridiculo o tom de deboche de sua postagem num momento em que o ser humano Hugo Chaves luta contra um cancer. Ore muito a Deus para que, enquanto voce estiver neste mundo, não passe por situação semelhante.
ResponderExcluirTenho, nesse momento, duas pessoas na família com câncer e você entendeu deboche onde eu coloquei fatos. O que está narrada na postagem é absolutamente verdadeiro e factível e seria a solução jurídica para que Chávez tomasse posse sem interpretações ridículas da Carta.
ExcluirAinda, um câncer não transforma Chávez em um democrata: ele é um ditador e um caudilho anacrônico. Duas coisas que o mundo não precisa. Isso não quer dizer que ele tenha que morrer disso ou daquilo, mas o isso ou aquilo não me faz mudar o conceito sobre ditadores e caudilhos.
Wiston Churchil era mesmo um gênio, e seus ensinamentos sempre atuais.
ResponderExcluirDeputado sua resposta, das 08:06, me fez lembrar o que escreveu Rubem Alves, e que eu concordo plenamente: "Minha experiência religiosa hipertrofiou meu faro por dogmatismos, que detesto com ódio absoluto. Não importa que sejam de direita ou de esquerda. Os da esquerda são piores, porque eles têm obrigação de saber..."
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ResponderExcluirDois caríssimos membros de sua digna familia com cancer não são voce. Todo doente de cancer torce pela cura do semelhante. Seus parentes certamente estão torcendo pelo restabelecimento do seu semelhante. Mas por falar em caudilho, voce vive sob as curtas rédeas de um e nem se importa. Voce sabe de quem estou falando e, também, sabe o quanto já perdeu. Em tempo, voce não é venezuelano e não vota na Venezuela. Vida longa para voce com saude e paz, longe de cancer. Que Deus o proteja, sempre.
Todos torcem,e alguns efetivamente ajudam, pela cura de pessoas enfermas.
ExcluirVocê está absolutamente equivocado a meu respeito: as minhas rédeas não estão nas mãos de ninguém e, por isso mesmo, já deixei de galgar posições que alguns na República pisariam no pescoço da própria genitora para ter. Tenho algumas dezenas de defeitos,mas entre eles não estão a bajulação e nem a submissão.
Ainda, não culpo outros se por acaso perco algo: meu pai me ensinou que o único culpado pelo que se perde ou sofre é você mesmo.
Obviamente não sou venezuelano, e se fosse estaria lutando contra a ditadura de Chávez, como participei da luta política contra a ditadura no Brasil,mas o fato de não votar na Venezuela, não me impede e nem me desobriga de manifestar a minha opinião sobre o país, pois o meu mundo, assim como o de várias pessoas que têm visão além do próprio umbigo, não se resume ao quarteirão da minha casa.
A CURA DA SUPREMA CORTE VENEZUELANA
ExcluirCaro Parsifal
Um analfabeto em interpretação pode tirar conclusões de ponto final, quando deveria ter calma e sempre procurar uma segunda leitura para notar que existe algo antes e depois da vírgula.
Talvez a forma revoltosa tenha se originado em não admitir um novo mandato ao maior Chaveco sul-americano da atualidade, agora justificar tal temeridade poderia ir contra sua incapacidade de não ser dado ao lógico!
Suscitar pena no momento final por enfermidade desvia o foco, o alvo nunca foi o Chaveco e sim a certeza de nada interferir, ela não solicitou procurar uma saída correta para calar a oposição por parte dos quem possui a palavra final na Venezuela, os membros da suprema corte.
Independente da enfermidade Chaveco é tido como vivo enquanto outros não tiveram tal sorte, morreram sem estarem doentes na vontade do agora enfermo, não existe perdão sincero para quem não o pede, todos devem ser perdoados, contudo aquele que pelo colocado acho ser um cristão ofendido por ter interpretado erroneamente deveria não sua magoa usar seu conhecimento adquirido na bíblia, lá encontraria que Cristo um puro só perdoou o ladrão crucificado depois de seu arrependimento!
Talvez ele tenha escutado um grito de perdão telepático emitido pelo Chaveco para se livrar de sua penitencia na terra que é morrer sofrendo, garanto que nem um mortal seria capaz de lhe impor tal castigo, um mortal seria capaz de lhe tirar do sofrimento desligando os aparelhos que fazem Chaveco se manter respirando.
Quanto ao câncer ele nos bons alivia o sofrimento da vida e nos péssimos faz o fim da vida um sofrimento!
Reafirmo os parabéns anteriores, eles se tornam mais merecidos quando alguém externa que recebeu um alimento para o intelecto já mastigado e irá morre por não saber nem como engolir!
MCB