Malditos banqueiros

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Um comentarista do blog, durante o “Levante de Junho”, observou que as reinvindicações eram tão difusas que viu em uma placa: “Abaixo os cartões de crédito”.

Retruquei que nisso residia a beleza do movimento. As pessoas extravasavam sentimentos ilhados: nada mais brutalmente belo do que ver um país em transe.

Mas a rapaziada se esqueceu de um dos maiores vilões do país: os bancos.

> De grão em grão

Alguém aí sabe qual pacote de serviços contratou quando abriu a conta, o que está incluso nele e quanto isso lhe custa todo mês? Não? Pois é: na mais perfeita tradução do “é de grão em grão que a galinha enche o papo”, é na cobrança desses serviços que reside a maior parte dos lucros dos bancos.

> Mascates financeiros

O seu gerente lhe apoquenta o bolso com ofertas de seguros para casas, carros, títulos de capitalização que oferecem prêmios pela loteria e mais toda uma parafernália de caça-níqueis para que ele cumpra a sua meta que é escorchar o cliente até que ele não possua um tostão na conta?

> O dobro da inflação

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As tarifas bancárias sobem com a mesma fúria das do transporte púbico. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) afirma que nos últimos cinco anos a “cesta” mais simples de serviços bancários subiu de R$ 9,57 para R$ 15,37 e a mais completa R$ 30,53 para R$ 45,40. Daqui a pouco, para passar um DOC de R$ 100 vai custar R$ 120 e para receber um talão de cheques vai ter que financiar as folhas.

Segundo o Idec o preço médio dos pacotes bancários com menos serviços sofreu reajuste de 61%; os com mais serviços foram majorados em 49%. No mesmo período o IPCA, que mede a inflação oficial do país, ficou acumulado em 32,34%.

Os banqueiros ganharam o dobro da inflação, mas diminuíram a oferta de atendimento pela metade: você entra em um banco e há, no máximo, a metade dos caixas operando o atendimento, o que eleva os lucros aos píncaros da glória.

> Vidraças quebradas

Embora não justifique o ato, mas é possível entender o porquê de o braço armado das manifestações não terem resistido a uma intifada ao verem uma vidraça de banco pela frente.

Comentários

  1. 1. BANCO ITAÚ
    a. Veja o que vem no meu boleto do Itaucard
    Encargos de financiamento entre 14/07/13 e 13/08/13: Juros máximos de financiamento = 18,59% a.m. (696,01% a.a.);
    b. Cheque especial
    Ao mês: 9,34%; Ao ano: 196,35%
    2. BANCO DO ESTADO DO PARÁ
    Empréstimo consignado (sem nenhum risco pois o empréstimo é descontado no contra-cheque do servidor):
    Taxa de Juros praticada ao mês 5,49%.
    3. INFLAÇÃO NO MÊS DE JUNHO/2013 (IPCA)
    0,26%
    Esta última parte você pode apagar se quiser Parsifal: de um lado, os banqueiros; de outro lado, os políticos. No meio, o cidadão. Nessa suruba, quem você acha que toma na bunda?
    Infelizmente, o Brasil não tem jeito. O último a sair, apague a luz!

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